Jean Sibelius escreveu seu único concerto em 1903 e regeu-o um ano mais tarde em Helsinki, com o tcheco Vistor Novacek, um professor de conservatório, como solista. Na manhã seguinte, seu maior admirador, o crítico finlandês Karl Flodin, rejeitou a obra, considerando-a "um erro" por suas mudanças abruptas, que seriam contrárias à natureza fluente do compositor. Sibelius revisou a partitura e apresentou uma segunda versão em Berlim, com outro solista tcheco, Carl Halir, e Richard Strauss como regente. Nessa ocasião, os críticos foram apenas indiferentes. Um após outro, ao longo de três décadas, os violinistas tentaram toca-lo e desistiram, por consideráa-lo pouco gratificante, musical e fisicamente. Em 1937, o crítico principal do Times disse que o concerto era "uma obra fraca".
Surgiu então Jascha Heifetz, um violinista cuja técnica sobrepujava a de todos os demais. Heifetz aprendera a peça quando ainda garoto, em São Petersburgo. Após escapar da Revolução de 1917, ele fez seu nome nos Esrados Unidos com peças brilhantes, de exibição; não tocou o concerto de Sibelius até 1934. Uma gravação da RCA, planejada em Filadélfia, foi descartada após um desntendimento entre ele e Leopold Stokowski, em relação aos andamentos. Em londres, no ano seguinte, Heifetz se uniu a sir Thomas Beecham, o mais ardente de todos os intérpretes de Sibelius e juntos deram ao concerto o benefício da convicção categórica. Heifetz, frequentemente acusado de frieza, tocou com feroz segurança, atacando cada nota no tempo exato e levando a peça adiante como se fosse um sucesso popular de Tchaikovsky. Heifetz fizera pequenos cortes na partitura para melhorar a coerência da peça, mas o tom sibeliano prevaleca o tempo todo, e as afinidades com suas sinfonias são pronunciadas. Dito isso, há uma sugestão misteriosamente judaica do "Kol Nidrei" perto do final do Adágio, e a concepção estrutural de Beecham dá à peça um toque de graça. Uma vez que o enigma foi revelado, outros vieram correndo. Setenta gravações apareceram no meio século seguinte, mais que qualquer outro concerto. De alguma forma, ele ficou associado principalmente a solistas femininas - Genette Neveu, Ida Haendel, Kyung Wha Chung, Viktoria Mullova, Anne Sophie-Mutter, Sarah Chang.
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