domingo, 17 de maio de 2009

Brahms: Concerto para piano nº 1 - Arthur Rubinstein - Orquestra Sinfônica de Chicago - Fritz Reiner RCA , Chicago Orchestra Hall

Vencida pela CBS na corrida do LP, a RCA chegou antes na do estéreo. Após algumas sessões experimentais em NY, com o entusiasta do áudio, Leopold Stokovski, os engenheiros foram até Boston para gravar A Danação de Fausto, de Berlioz, sob a regência de Charles Munch. Os resultados foram animadores, mas ficaram aquém do som mono de boa qualidade. Os engenheiros foram então para Chicago, cuja orquestra tinha um novo e rigoroso diretor musical, Fritz Reiner, e o pianista campeão de vendas do selo, Arthur Rubinstein, lá estava para tocar o primeiro concerto para piano composto por Brahms.
regente e solista tiveram um rápido desentendimento, em razão de uma observação casual de Reiner sugerindo que Chopin era um compositor afeminado e provavelmente gay, um insulto levado por Rubinstein para o lado pessoal e nacional, sendo ele também polonês. Em uma atmosfera frígida, os dois profissionais trataram de interpretar o mais caloroso dos concertos, uma tapeçaria sonora romântica ricamente colorida. Rubinstein reinou com sua habitual exuberância e tocou com límpida precisão, com o piano colocado realisticamente um pouco à esquerda, em vez de bem na frente, como ele preferia. Reiner conseguiu extrair um som lindamente lírico da orquestra, abrindo o Adágio com cordas aveludadas e sopros apimentados e mantendo o mais absoluto controle ao longo de três quartos de uma hora muito curta. As gravações de Curzon, Solomon, Brendel e Gilels têm seus defensores, mas a mistura de um solista obstinado e um regente de idéias firmes proporciona um intenso pano de fundo para um música de beleza sublime e estrutura intimidante. Os produtores Richard Mohr e Jack Pfeiffer, com os engenheiros Lewis Layton e Leslie Chase (todos nomes lendários para os audiófilos), limitaram-se a três microfones, cada um para um canal separado, dando uma imagem precisa da esquerda e da direita e uma visão geral do centro. Esta foi a gravação inaugural da era do estéreo, a sessão na qual se provou que o novo sistema valia a pena, e o time voltou em júbilo para suas bases. Para desalento geral, o disco levou quatro anos para ser lançado, tempo durante o qual os selos discutiam a respeito de um formato estéreo único e o público era persuadido a investir em novos aparelhos.

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