Várias são as gravações históricas da Nona. Houve aquela de Bernstein, na ocasião da queda do muro de Berlim, substituindo o grito de liberdade (Freiheit) por alegria (Freude). O LP de 1962 de Karajan, em Berlim, logo após a construção do muro, é a versão mais vendida da Nona em todos os tempos. Wilhelm Furtwangler dirigiu uma importante execução para a reabertura de Bayreuth após a guerra. Felix Weingartner, um aficcionado por Brahms, criou um estilo verdadeiramente autêntico em duas gravações, em 1926 e em 1935.
No entanto, de todas as gravações da Nona - e há cerca de sessenta - uma se destaca pela furiosa energia e pela fé na bondade humana. Toscanini já havia regido a Nona durante 50 anos quando pisou no Carnegie Hall para o que ele pretendia deixar como um legado significativo de sua arte. Quando ele regeu a obra pela primeira vez, em 1902, em Milão, a sinfonia havia sido ouvida na cidade apenas três vezes. Agora a Nona era não somente a mais familiar das obras-primas, mas também a mais simbólica, um sinal de esperança depois da devastação da guerra. Toscanini a havia regido na reinauguração do Scala, em 1946; aqui, ele a apresenta como uma jóia cultural a ser legada às gerações futuras.
Os primeiros dois movimentos são de tirar o fôlego, de tão rápidos. O Adágio é denso e de sonoridade gloriosamente calorosa. O Coro Robert Shaw e o quarteto de cantores americanos no Finalle - Eileen Farrel, Nan Merriman, Jan Peerce e Norman Scott - erram para o lado do entusiasmo, quase estourando os pulmões, mas a progressão é flexível e o calor, intenso. Em meio ao bombástico, ouvem-se ilhas de intimidade e calma. Como foi gravado no Carnegie Hall, escolhido por ser mais adequado que o apertado estúdio da NBC, o som é vívido. "Estou quase satisfeito", disse Toscanini ao ouvir a gravação. E acrescentou, após um momento de reflexão: "Eu ainda não compreendo essa música."
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