O australiano Charles Mackerras assistiu pela primeira vez a uma ópera de Janácek, chamada Katya Kabanova, ainda como estudante, com uma bolsa do British Council, em Praga, em Outubro de 1947. Ele a estreou no Reino Unido em 1951, em Sadler's Wells, num evento que apresentou Janácek ao público inglês, um quarto de século após a morte do compositor. Rafael kubelik, então diretor do Covent Garden, regeu em seguida "Jenufa", que obteve garnde sucesso. Leos Janácek foi imediatamnete reconhecido como um grande criador do séc. XX, mas a indústria de gravação não estava interessada, julgando que os novos fãs do compositor ficariam satisfeitos com as gravações de má qualidade importadas da Supraphon.
Outro quarto de século passou, Janácek fazia parte do repertório das orquestras em todo o mundo, até que por fim uma gravadora resolveu encomendar um ciclo das suas obras. Mackerras, agora diretor musical da Ópera Nacional Inglesa, foi enviado pela Decca a Viena, onde os músicos da Filarmônica insistiram em que jamais haviam ouvido falar dele.
Foi escalado um elenco econômico, praticamente todo tcheco e desconhecido fora de seu país, com exceção da sueca Söderström, que tinha cantado o papel-título em Glydebourne. Apesar dessas dificuldades, as sessões foram harmoniosas. O duro drama eslavo de uma mulher que encontra o amor fora do casamento, mas não consegue suportar as consequëncias, prende a atenção de qualquer um. Söderström, filha de russos, canta luminosamente, e Petr Dvorsky faz o amante digno de se morrer por ele. Algumas pessoas na Decca duvidaram, mas Janácek estava criando raízes nos palcos americanos (embora Katya tenha sido cantada no Met apenas em 1991) e Mackerras foi liberado para gravar o restante das óperas deste ciclo desbravador e premiado.
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